Extremo denuncia <br>visão mercantilista
O Teatro Extremo, em Almada, divulgou no início do mês uma carta aberta, dirigida ao secretário de Estado da Cultura, na qual se manifesta «apreensivo» com a situação «preocupante» do nível de desinvestimento do Governo na Cultura em Portugal.
No documento, a Companhia de Teatro queixa-se de «incompreensível sonegação de informação» sobre os concursos de apoio às artes para o biénio 2015/2016, e questiona se serão abertos concursos anuais no próximo ano.
Este ano, a Secretaria de Estado da Cultura (SEC), através da Direcção-Geral das Artes (DGArtes), abriu os concursos públicos de apoio pontual e de apoio à internacionalização às artes em Março, optando por não abrir a modalidade anual.
A par da redução, nos últimos anos, das verbas públicas disponíveis, os atrasos anuais na abertura dos concursos de apoio às artes têm motivado protestos dos artistas.
Na carta aberta, o Teatro Extremo critica ainda a «visão liberal e mercantilista» do Governo sobre o sector, a «desqualificação de todas as artes e agentes culturais do sector», numa política que conduziu, no seu entender, ao desaparecimento de organizações artísticas como o Teatro Bruto, no Porto.
Na carta, a companhia de Almada lança também um apelo para que todas as estruturas artísticas e sociedade civil manifestem o seu descontentamento pela «recorrente situação de menosprezo pela actividade cultural por parte do Governo».